quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Extraindo o Positivo do Negativo

Graça e Paz da parte do Deus todo poderoso, Jesus Cristo!

Dias de canseira, tribulações e incertezas nos cercam nestes ultimos tempos, sãos as notícias nos jornais impresso, internet, televisão, rádio, em todos os meios de comunicação vemos destruição, morte, desastre e muito mais. Graças a Deus que algumas vezes temos notícias boas.

Tendo essa introdução paramos e sentimos medo do que vem acontecendo em nosso redor ou até mesmo derredor, esse sentimento mal pode ser um ponto para gerar me nosso corações um lado positivo que se achegar mais perto do Deus todo poderoso e o único que pode resolver esses problemas, Ele é Jesus Cristo o filho de Deus que morreu na cruz por mim e você.

Sentindo ele o medo você se coloca aos pés da cruz, lembra de um Deus maravilhoso e roga ao Pai em nome do Filho que é Jesus e assim você é ouvido e Ele resolve o seu problema, tira o teu medo e assim do mesmo podemos extrair o positivo que é estar ao lado do nosso Deus todo poderoso, assim fez o rei Josafa em 2Cr 20.03.

Que Deus lhes abençoe nesta tarde maravilhosa!!!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Espírito da Lei x Letra da Lei

Graça e Paz!

Um dos temas mais complexos da Bíblia é a conexão entre o Espírito da lei e a letra da lei, vemos no Antigo testamento que a lei deveria ser obedecida, e que sua transgressão implicava em conseqüências sérias. No entanto vemos Jesus dizendo que Davi quebrou um mandamento da lei e não foi punido. [1]

Os mandamentos da Bíblia são para cumprirmos, mas é bom saber que Deus tinha conhecimento, que nenhum homem poderia cumprir na integra todos os mandamentos da lei. Vejamos porque a verdadeira teologia deve estar fundamentada no Espírito da lei: “A letra da lei revelou a morte, enquanto no Espírito da lei estava a vida”. O apóstolo fala acerca dessa grande verdade quando Ele mesmo diz: “... A lei tem domínio sobre o homem toda a sua vida”. [2] Para sair do domínio da lei, é necessário morrer relativamente a ela por meio do corpo de cristo. [3]

A vida do natural opera pela lei dos membros, e produz a morte, sendo a única saída, morrer para essa lei na qual todos estão sujeitos, e conseguir a liberdade. (en kainotêti pneumatos kai ou palaiotêti grammatos) “Em novidade de Espírito e não na caducidade da letra”. Ou “conforme o novo modo do Espírito, e não segundo a velha forma da lei escrita•” Vemos uma posição antitética entre “pneumatos” (Espírito) & “Gramatos” (letra).

O apóstolo quer dizer que a velha vida mesmo para ele que era judeu praticante descendente de uma tribo importante de Israel [4] era caracterizado por código externo e insuficiente, mas agora o Espírito supre interiormente o principio normativo que a lei de modo imperfeito supria no exterior. [5]

Os religiosos dos tempos de Jesus, só viam a “lei escrita”, mas a lei ia além, uma espécie de “meta-escrita”; não eram duas leis, mas uma lei que ia além das possibilidades humanas. Por não entenderem isso, é que eles ficavam atrás de Jesus, buscando uma falha no cumprimento da lei, para condená-lo.

Em Mateus vemos um episódio que mostra a superioridade do Espírito da lei sobre a letra da lei, quando os discípulos num sábado colheram espigas de milho, os fariseus, a elite da teologia dos escritos de Moisés, censuraram os discípulos, por trabalharem no sábado [6]. Jesus usando o conhecimento que eles tinham da lei, perguntou se eles não leram o que estava escrito sobre a atitude de Davi quando estava com fome, que entrou no templo e comeu os pães da proposição, o que era uma infração da lei essa atitude. [7]

Jesus continuou dizendo que os próprios sacerdotes violavam o sábado e ficavam sem culpa.[8] Essa interpretação de Jesus foi extraída da própria lei de Moisés:“No dia de Sábado oferecerás dois cordeiros de um ano, sem defeito e duas décimas de um efa de flor de farinha, amassada com azeite, em oferta de manjares, e a suja libação; é holocausto de cada sábado, alem do holocausto contínuo e a sua libação” [9]

Trabalhar no dia de sábado era “transgressão da lei”, mas a oferta pelo pecado era uma “necessidade maior”, mesmo que a lei proibia qualquer esforço físico nesse dia [10], o esforço de sacrificar dois cordeiros era justificado. Quando Jesus curou um homem da mão ressequida num sábado, mostrou que embora a letra da lei proibisse o trabalho num sábado, era possível quebrar a guarda do sábado, desde que o Espírito da lei, fosse preservado, e isso os judeus já faziam:“Qual dentre vós será o homem que, tendo uma ovelha, e num sábado, esta cair numa cova não fará todo o esforço, tirando-a dali?” [11]

Ao fazer essa pergunta Jesus estava afirmando que isso já acontecia. Se os religiosos quebravam o sábado, por causa de uma ovelha, porque Jesus não iria quebrar o mesmo, por um necessitado? “Jesus justificou quebrar a letra da lei, quando o Espírito da lei é preservado”. Veja o que ele disse: “Logo é lícito no Sábado fazer o Bem”.[12]

Guardar o sábado é mandamento da “letra da lei”, fazer o Bem é o “Espírito da lei”, que justifica ser quebrado!Essa lei ansiava por alguém muito especial para a cumprir. Veja quem foi esse alguém: “Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas, mas não vim para revogar, vim para cumprir”. [13]

Por isso não há êxito em usar o método da proibição, com as frases; “não faça”, “não pode”, “não toque”, “não coma”; pois quando isso ocorre, criam-se leis, e quando as leis são criadas, aumenta-se o desejo de transgressão. (aphormên de labousa ê amartia dia tês entolês kateirgasato en emoi pasa epithumian chôris gar nomou amartia nekra) “Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento despertou em mim toda sorte de concupiscência; porque, sem lei, está morto o pecado”. [14]

O pecado tomando ocasião pelo mandamento (ARC), (ARA), Mas o pecado aproveitando a oportunidade dada pelo mandamento (NVI). Neste versículo o pecado é toma a figura de um poderoso inimigo, a palavra (ocasião), (aphormên) é usado no contexto de uma operação militar.[15]. Com essa afirmação o apóstolo temeu que alguém fizesse uma interpretação errônea, pensasse que era melhor viver sem lei, uma espécie de antinomianismo [16].

Por isso ele continua seu argumento usando uma figura retórica de linguagem, perguntando e respondendo a si mesmo: “È a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado senão por intermédio da lei, pois, não teria eu conhecido à cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçaras” [17]

O apóstolo quis dizer que não devemos viver sem lei, o problema não estava na lei, pelo contrário à lei é santa e o mandamento santo, e, justo e bom [18] , mas que o propósito da lei que visava o melhor para nós, tornou-se por meio do mandamento uma maneira de revelar o pecado sobremaneira maligno [19], a Lei é espiritual, mas eu sou carnal vendido à escravidão do pecado. [20].

Pregar a palavra de Deus é atacar o pecado, esse é o oficio do verdadeiro ensino, libertar o pecador do pecado é o oficio do Espírito Santo. Por mais que a Igreja e a liderança esforcem, orem consagrem, eles serão “Instrumentos do Espírito de Deus”, mas o agente que nos liberta da “Escravidão da lei” é a “Lei do Espírito da vida” em Cristo Jesus que nos livrou da lei do pecado e da morte. “[21]. Por isso “letra da Lei” é “inferior ao Espírito da lei”, pois muitas vezes ela pode ser quebrada, desde que seja preservado o Espírito da Lei.Se a lei não poderia ser obedecida integralmente por que então Deus deu a lei?

Não parece uma contradição? Mas não é! O oficio da lei foi explicada pelo apostolo Paulo:“Ora sabemos que tudo o que a lei diz aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca e todo o mundo seja culpável perante Deus”. [22]

A intenção de Deus ao dar a lei a Moisés, não era esperar que alguém a cumprisse, totalmente, mas elaborar um código que pusesse manter os relacionamentos num âmbito sociável, onde houvesse o máximo de harmonia em relação tanto com Ele o Criador, quanto com os homens.

O Apóstolo Paulo escrevendo a igreja de colossos confirma essa teologia ao dizer que se já morremos para os rudimentos do mundo, não devemos viver como se estivéssemos no mundo nos sujeitando às ordenanças, tais como: “não proves aquilo, não toques aquiloutro, segundo os preceitos de homens, pois que todas estas coisas, com o uso se destroem” [23]. Ele prossegue dizendo: “... estas coisas têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético, todavia, não tem valor algum contra a sensualidade”. [24]. Outra versão diz: “Essas regras têm de fato aparência de sabedoria, com falsa humildade e severidade com o corpo, mas não tem valor algum para refrear os impulsos da carne”. [25]

A teologia do Espírito é formada pelos sentimentos procedentes do interior do coração, o pecado praticado é efeito de uma inclinação da natureza caída, não adianta criarmos mandamentos proibindo as práticas do pecado, embora devamos pregar falando do que o pecado faz, devemos mais ainda pregar mostrando as causas do pecado, e conhecermos qual é hoje a nossa posição diante da lei do pecado: “Agora, pois nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus te livrou da lei do pecado e da morte. Porque o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado e, com efeito, condenou Deus na carne o pecado; A fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que “não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” [26]

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Notas
[1] Mateus 12.3-4 [2] Romanos 7.1. [3] Idem 7.4. [4] Filipenses 3: 5
[5] F. F.Bruce 1979.p.119 [6] Mateus 12:1-2 [7] Idem: 12:3-4. Cf.1 Samuel 21:1-6. [8] Mateus 21:5
[9] Números 28:9-10 [10] Êxodo 34:21, Deuteronômio 23:25. [11] Mateus 12:9-11 [12] Idem 12:12
[13] Idem Mateus 5:17 [14] Romanos 7: 7:8 [15] Bruce F.F. 1979.p 121
[16] Palavra de origem grega “anti” = “Contra”, e “nomos”, = “Lei”, ou seja, aquilo que é contrário a lei. O termo é usado para indicar a doutrina e a atitude que promove a idéia de que a lei moral não é obrigatória aos cristãos como regra de vida. (Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. p 191)
[17] Romanos 7;7 [18] Idem 7;12 [19] Idem 7:13 [20] Idem 7:14
[21] Idem 8:3 [22] Idem 3:19 [23] Colossenses 2:20-22. [24] Idem 2: 23
[25] Idem; Nova versão Internacional. [26] Romanos 8:1-4

O Conceito do Pré-conceito

Graça e Paz, Amados!

Quem já não sofreu pré-conceito, de alguma forma na vida? Quem pode se jactar de vir a esse mundo e sair ileso dos estigmas que carregam por ter nascido em um lugar não muito aceito por pessoas que acham que o lugar é quem determina o valor das pessoas. O pré-conceito é algo tão universal que nem mesmo o filho de Deus escapou de ser estigmatizado por ele.

O Evangelho segundo João afirma que um homem chamado Filipe, chamou a Natanael, euforicamente dizendo: “Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a quem se referiram os profetas. Jesus o Nazareno, filho de José”. [1]. Natanael não questionou o fato de Filipe o chamar Jesus de Messias pré-anunciado por Moisés, o que seria natural para um homem que tinha uma fé judaica. Mas ele duvidou sim ao ouvir a palavra “Nazareno”, e retrucou: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?[2]

O pré-conceito, é injusto, por inverter a ordem de valores, coloca o “lugar” , como superior a “pessoa”, generaliza o que há de “mal”, excluindo o que a pessoa tem de “bom”. As pessoas passam a ser “subproduto” do lugar, alguém que está fatalmente destinado a uma vida inferior, devido a ‘infelicidade “de nascer num “lugar”, ou ser de uma “raça diferente”, que segundo os pré-conceituosos, “de antemão”, já determinaram a in-felicidade do in-feliz, elaborando um padrão modelado pelo seu paradigma do que é bom , tem valor ou não!

Um Judeu causou muita turbulência no meio do seu povo por “relativizar”, os conceitos, cheios de pré-conceitos da sua época! Mateus o biografo que escreveu sobre Jesus, quando cita a gênese dos seus antepassados, mostra que Jesus também foi vitima do pré-conceito, pois antes de nascer, o local que o recebeu foi um “estábulo”, junto aos animais, o Filho de Deus experimentou desde cedo o amargo sabor, de nascer numa família pobre, não havia lugar para ele na hospedaria[3]. No entanto Ele foi o pré-cursor em quebra de pré-conceitos ao incluir na sua genealogia nome de mulheres, que em sua época contaminavam o “sangue puro”, da “pura-raça”.

Imagine “Tamar” [4], uma mulher que ao ver que o seu marido não queria lhe conceder filhos, jogando o sêmen na terra [5], não exitou em planejar um método para ter filhos, de forma que enganar o próprio sogro e ter filho dele, na sociedade da época, era menos vergonhoso do que ser uma eterna mulher sem descendência. [6]. Mas quem iria permitir a inclusão do nome duma mulher como essa na sua arvore gene-“alógica”? Sim gene ”sem lógica”, pois que lógica é essa! Somente alguém radical contra o pré-conceito!

Raabe, uma prostituta [7], foi genealógica, que na lógica não havia “gen” que a fizesse participante da ascendência do filho de Deus. Filho Santo, de um Deus Santo, que aceitou os “profanos” deu-lhes a honra, entre tantas des- “honras”, de fazer parte da sua linhagem. O Filho de Deus não teve pré-conceito de aceitar uma “prostituta”, para fazer parte dos seus predecessores, visto que ELE, mesmo vindo após eles, sempre foi “antes” deles, pois como criador Ele criou “pessoas”, e não “status”! Que é classificação dada pelas pessoas sobre valores, que podem ser anti-valores na perspectiva de quem valoriza o “ser”, acima do “ter”, independente do “poder” ou não poder!

O pré-conceito vai muito além das pessoas, também atinge a “geografia”, que diga “Samaria”, território considerado “impuro”, para aqueles que se julgavam “puros”.Devido ao estigma de um lugar havia quem desrespeitava a geometria, de que a menor distância entre dois pontos é uma linha reta! No entanto o que faria se estivesse na Judéia e quisesse ir a Galiléia? a linha reta exigia passar por samaria! O que você faria? Respeitaria a geometria, ou daria a volta e evitaria? [8] Ainda se no caminho corresse o risco de encontrar com uma “prostituta”! Criaria outra teoria, para escapar de Samaria?

Passar pela cidade de Sicar [9] já era “ficar”, em posição de oposição a quem define a santidade como algo pertencente ao lugar! Ainda mais aceitar, ser servido por uma “mulher”, que só servia de inspiração, para a oração de gratidão: “Agradeço o Deus por não nascer mulher”.Como se houvesse maldição somente sobre a única que do Éden saiu com promessa de “redenção” [10].

Jesus não a considerou como a “Mulher Samaritana”, mas como “A mulher que nasceu em Samaria”, acima de tudo ela era “mulher”, tanto quanto outra de qualquer lugar.Tinha um relacionamento conjugal, onde o jugo, a sub-jugava [10], tornava-a infeliz, mas sua alma suspirava com avidez pelo desejo de ser considerada como alguém que está acima do “ter” ou não “ter”, para “ser”, o que “era”, sem ser julgada.

O pré-conceito não aceita as diferenças que fazem a “diferença”, pois unidade na diversidade acontece com a grandeza dos humildes, mas unidade na uniformidade é imposta pela intolerância dos arrogantes! O pré-conceito é filho bastardo da arrogância, gerado no ventre da ignorância, inimigo da tolerância; essa é filha da sabedoria, que sempre quer ensinar que as diferenças se completam. [11]

_____________________________________________________________ Notas
[1] João 1: 45 [2] João 1:46
[3] Lucas 2:7 [4] Mateus 1:3
[5] Gênesis 38:9 [6] Gênesis 38
[7] Mateus 1:5
[8] João 4: 4, O encontro de Jesus com a mulher Samaritana se deu devido ele ignorar as regras de que um judeu jamais poderia entrar no território de Samaria, pois isso o deixava impuro para os rituais do templo. Por mais de uma vez Jesus quebrou essa regra quando também além de entrar pelo meio de Samaria curou leprosos. Lucas 17: 11-19
[9] João 4:5 [10] 1 Timóteo 2:15
[11] 1Corintios 12:6-7

A Liberdade da Escravidão& A Escravidão da Liberdade!

Graça e paz do Senhor Jesus!
Uma mensagem para você

Na teologia a palavra corrente, traz uma conotação de “segmento de um pensamento Teológico”, ou seja, “corrente”, quando alguém diz que é de corrente, “calvinista”, está dizendo que a sua estrutura teológica é herança da construção teológica do reformador João Calvino, da mesma forma a corrente “Arminiana”, de Jacobus Arminius, Wesleyana de John Wesley, Luterana, de Lutero, e assim por diante.

Não é incomum ouvir a pergunta? De qual corrente você é? A resposta depende da formação teológica de cada um! Corrente é uma palavra que traz uma conotação de “limite de liberdade”, mas será que a corrente tem somente essa definição?

Será que não existe liberdade na escravidão? Até que ponto pode dizer que alguém acorrentado não tem “liberdade”. Se definirmos liberdade como capacidade de fazer o que quer, logo o acorrentado não é livre, mas pode alguém ser livre, quando tem “liberdade”, para fazer e não consegue fazer, visto estar preso por “correntes”, como essa da Teologia?

Não sou contra a Teologia, mesmo porque também sou teólogo, visto que estudo sobre Deus! Mas não gosto muito dessa palavra quando se refere à teologia, pois para mim a teologia deve estar “livre das correntes”, pois se for corrente, dificilmente será livre! A não ser que haja liberdade na “corrente”!

A corrente que limita o espaço nos tira a liberdade de ir e vir, mas o que dizer das correntes psico-“lógicas”, emaranhadas num sistema fascinante que produz uma letargia mental, onde uma seqüência de pensamentos organizados coloca a mente dentro de uma forma esquemática, fazendo aquele que crê ter tanta convicção das suas certezas, que não consegue ser “livre”, para pensar de forma diferente, pois embora o seu cérebro esteja “livre”, na realidade esta acorrentado! Embora tenha “liberdade” está preso!

Que dizermos da liberdade, ah! Liberdade, como sonha o homem estar livre da causa e efeito... da lei da gravidade! Esse é o sonho humano de ser divino! Enquanto alguns se amarram com a lógica dos "dogmas", outros se libertam dos "dogmas", mas se amarram na "corrente", de não ter “dogmas”, ficando preso na liberdade de não ser escravo.

A liberdade também acaba sendo uma “corrente”, pois a liberdade do homem é relativa, mesmo sendo “livre”, é “escravo” das leis, inclusive a “lei da liberdade”.Não a lei do "não fazer", que sofre as com-“seqüências”, da “passividade”, que é a in-“capacidade” de “fazer”, vive a lamentar a in-felicidade de não ter a liberdade, para “fazer” as coisas mudarem!

Mas a lei do “poder fazer”, para mudar, também tem as conseqüências, tendo ou não uma “corrente”, estaremos sempre acorrentados, uns preso pela corrente dos dogmas, outros preso pelas correntes das “conseqüências”, conseqüências essas do “fazer”, mas “não poder”, ser livre das conseqüências do que faz! Que o diga os “hereges” da história que lhes foram tirados a “liberdade” de expressão, acorrentados, tornaram-se escravos por ter a inteligência livre.

Mas quem realmente teve a liberdade transformada em “escravidão”? Quem foi “acorrentado”? Os “acorrentados” por causa da liberdade da inteligência, ou os que os “acorrentaram”, pelo atrofiamento da inteligência escrava, “acorrentada” na ignorância dos seus pré-“conceitos”. Quem é livre tem “conceitos”, e a visão desses, está sempre aberta a passar pela re-“visão”, pois a revelação está em andamento!

Mas o pré- “Conceito”, é um conceito “canonizado”, que não aceita ser re-“visa”-do, pois não “visa”, re-“visar”, que conhecer, também implica em re-“conhecer”, que a verdadeira “liberdade” é estar debaixo da sub-“missão” e essa é a supra-“missão” daqueles que foram chamados para ser os “escravos-livres” de Deus. [1]

Depois de algum tempo os ex-termina- “dores” de “hereges”, que colocaram fim nas “dores” de alguém que conseguiu ver o invisível, a revelação é visível para quem recebe e escura para quem é mero contemplador!Descobriram que os “hereges” não eram tão “hereges” assim! A definição de herege ou não depende do ponto de “vista” de quem acha que de-“tem” a verdade, mas o tempo descobre que os hereges também têm seu ponto de “vista”, mas a “vista” às vezes da “Ponto”, para quem tem o “poder” de prevalecer, contra quem tem a “verdade”, mas não tem poder, para fazer prevalecer a sua “heresia”!

Da a impressão que a verdade é escorregadia, pois nossas certezas hoje, são in-“certezas”, amanhã! Quem pode arrogar que nunca foi corrigido pelo mestre em divindade chamado “Tempo”! As certezas são as convicções que termos num momento, mas no momento, seguinte, só ficamos com a certeza do “equivoco”.

Arminio, o herege de Calvino, Lutero o herege do sistema Romano, Os pietistas os hereges dos luteranos, Wesley o herege do Anglicanismo, Pentecostal hereges do Tradicional... e assim continua a lista interminável dos hereges! A não ser que soframos as “conseqüências da liberdade”, que assim como as “conseqüências da escravidão”, também tem as suas “conseqüências”!

A diferença é que um sofre as conseqüências do "não poder fazer", porque está preso as "doutrinas", outro as mesmas conseqüências do não poder fazer, mesmo estando livre das doutrinas. O primeiro sofre as conseqüências do que não pode fazer, por isso continua preso. O outro, sofre a conseqüência inversa, do poder fazer, e não fazer, pois sofrerá as conseqüências do fazer.

Viva a liberdade da escravidão... E a escravidão da liberdade, afinal ser escravo é também ser livre!

____________________________________________________________ Notas
[1] Conferir Romanos 6: 17-23, quando o apóstolo fala que eramos: “escravos do pecado” (δουλοι της αμαρτιας) “douloi tes hamartias”, E, libertados do pecado: “fostes feitos servos da justiça” (εδουλωθητε τη δικαιοσυνη) “edoulothete te dikaiosine”.
A palavra “escravos” (douloi), vem da mesma origem “Servos”, (edoulothete) que a palavra “doulos”, traduz para a nossa lingua tanto para “servo” como para “escravo”, ou seja servo ou escravo tem o mesmo significado no grego do novo testamento.
Continuando em Romanos 6: 19: δουλα τη ακαθαρσια (doula te akatharsia), “escravidão da impureza” em contraste com “servirem a justiça” (δουλα τη δικαιοσυνη) “doula te dikaiosine”. (v 20) “Servos de Deus” (δουλωθεντες δε τω θεω) “doulothentes de to theo”.
O apostolo ao escrever em grego, não fez distinção como na lingua portuguesa entre “servo”, e “escravo”, mas usou a mesma palavra tanto para um como para outro. Os tradutores acharam melhor não usarem a mesma palavra, fazendo distinção entre “servo” e “escravo”, coisa que não foi feito no texto grego pelos escritores do Novo testamento


José Lima
Mestre em Teologia